Trabalhar com Gestão de Contas implica necessariamente em saber trabalhar em equipe. Durante o trâmite de um trabalho, você terá reuniões ou encontros menos formais com muita gente. Mas é bem provável que você tenha que “duplar” várias vezes com alguém de um departamento específico, isto é, ter encontros um pra um.
A pessoa da mídia é um desses “duplas”. O planejamento e a compra de mídia, enfim, pensar no mais eficaz mix requer sofisticação, elaboração e conhecimentos complexos sobre os meios. Essa pessoa tem isso tudo. Cole nela. Duple com ela.
Gestores de Contas também são responsáveis pelo plano de mídia
Como integradores de todos os departamentos e disciplinas, nosso papel é juntar as informações e costurar todas as pontas, discutir as melhores estratégias e táticas, ver a “big picture”, envolver todas as pessoas necessárias. Não podemos nos esquecer que somos os responsáveis finais por tudo o que é apresentado ao cliente, portanto somos os responsáveis também pela qualidade do plano de mídia que o cliente irá receber.
A melhor hora de brifar a mídia
Por incrível que pareça, não raro os mídias recebem um pedido de cunho meramente executor, o que os exclui do pensamento estratégico no processo. Costumo envolver a mídia desde a criação. Se é um job para uma campanha ou alguma peça que precisa ser veiculada, idealmente a Mídia deve receber pelo menos uma cópia do brief criativo para que, já naquele momento, comece o seu envolvimento com o trabalho, e dessa forma já ir pavimentando oportunidades para suas contribuições ao longo do processo criativo.
Olho no olho
Discutir pessoalmente o trabalho, em todas as suas fases, também é importante. Por isso, “duplar” com a Mídia é uma etapa que a gente não pode simplesmente abrir mão. O Gestor de Contas é a pessoa que mais conhece o negócio do cliente. Suas impressões, coisas que não estão escritas no briefing, podem ser passadas numa conversa e ajudar a nortear alguns caminhos. O planejador de Mídia está ali para identificar e ajudar a resolver problemas. Pode interferir no caminho do trabalho, desviando inclusive o curso de uma determinada ação. Ao ler o brief, pode sugerir a inclusão de peças diferenciadas, apontar o que não será eficaz, por exemplo. Pode apontar contradições, pode nos solicitar aquela informação que fará toda a diferença, e que talvez não nos tenhamos dado conta.
Plano de mídia nas mãos, vamos à apresentação
Em apresentações de grandes campanhas é comum a Mídia estar presente. Mas no dia-a-dia quem apresenta o plano aos cliente é o Gestor de Contas. Aí entra outro aspecto fundamental: temos que ser capazes de entender o plano para poder defendê-lo. OK, mídia é um assunto técnico. Mas você precisa saber traduzir essa linguagem. Para isso, precisa entender os princípios mais fundamentais do que está sendo sugerido no plano. Portanto, mais uma vez, “duple” com a Mídia. Reuna-se e faça todas as perguntas, tire dúvidas, esclareça todos os números e simulações e siglas do plano e o porquê delas estarem ali.
E, sim, prepare você mesmo um racional que explique a recomendação. A mídia tem a expertise sobre as melhores recomendações. Você deve ter a habilidade de explicitar isso através de um racional, de uma defesa escrita de forma inteligível. Mesmo que a Mídia te entregue um material com as devidas explicações, o formato final da apresentação provavelmente é você, o Gestor da Conta, quem vai dar.
Hora de brilhar
Nunca perca a oportunidade de mostrar ao cliente que existe pensamento estratégico de mídia. OK, há clientes que já vão estabelecendo onde querem veicular e como. Então, para que racional se tudo está estabelecido previamente? Uma dica: nesse caso, leve dois planos, o que o cliente pediu e a recomendação da Mídia de sua agência. É bem provável que tendo construído esse plano com o profissional de Mídia, você tenha preparado um racional que explicite claramente porque uma estratégia é melhor que a outra. O que vai fazer o cliente optar, é claro, pela recomendação da agência.
Por Último
Feedback sempre. Ao voltar das apresentações, reporte à Mídia o que aconteceu, como o plano foi recebido, se há algo a ser feito ou refeito, as críticas e, principalmente, os elogios. Isso é, também, parte fundamental do que eu chamo de “duplar”.