Atendimento Publicitário no Mundo Digital

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Atendimento Publicitário no Mundo Digital

Por Daniela Meneghelli*

 
Daniela Meneghelli

Outro dia dei uma palestra para os alunos de Jornalismo e Publicidade da Faculdade Estácio. Impossível não recordar meu próprio tempo nas cadeiras do curso de Comunicação Social na Universidade Federal, nos anos de 1992 a 1995. Naquela época, apresentávamos os anúncios com paspatur, finalizávamos e gravávamos em disco zip e produzíamos fotolitos e provas em bureaus de pré- impressão. O material seguia por portador ou correio para as publicações, que com os fotolitos revelavam a chapa em alumínio para impressão offset. Tínhamos um ou dois PCs na sala dos atendimentos, Publimanager rodava no sistema operacional DOS e a internet era discada de 56,4kbps. Poucos profissionais tinham aparelho celular, pois além de ser caro tinha fila de espera nas operadoras. Por sorte consegui comprar um “tijorolla”.

 
O computador, diziam as previsões, iria reduzir nossa jornada de trabalho. Também achavam que teríamos carros voadores como os Jetsons, da Hanna Barbera, e nos alimentaríamos basicamente de pílulas. Mas, hoje, queremos ir trabalhar de bicicleta e comprar produtos em feiras orgânicas. E, claro, trabalhamos mais do que nunca, mas aí é assunto para outro artigo. 
 
Quem poderia prever que as locadoras de vídeo iriam desaparecer com o surgimento disruptivo da Netflix? Ou que chamaríamos o táxi através do Uber, reservaríamos as férias no AirBNb, e que compraríamos música pelo Spotify? Além do Skype, Facebook, Twitter, Instagram, Snapachat, WhatsApp, Tumblr, e outras tantas ferramentas que usamos intensamente no nosso dia a dia.
 
O mundo mudou, e mudou muito nestes últimos 20 anos. E toda a revolução veio dos computadores, smartphones, internet, e suas consequentes redes sociais e sites que ampliaram os horizontes da comunicação e nos possibilitam falar mais e melhor com as pessoas.
 
Os teóricos da comunicação como Castells dizem que o conceito de Capitalismo Informacional, que foi proposto na obra Sociedade em Rede, elege a tecnologia de informação como o paradigma das mudanças sociais que reestruturaram o modo de produção capitalista, a partir dos anos oitenta. Para Lúcia Santaella, a Era Digital, também conhecida como Cultura do Acesso, nos coloca no centro de uma revolução técnica e cultural, cuja propensão é se alastrar, já que a tecnologia dos computadores tende a ficar cada vez mais barata. Em seu livro Culturas e Artes do Pós-Humana ela diz ainda que este crescimento é um indicador fundamental porque a produção, o arquivamento e a circulação da moeda corrente da informação dependem do computador e principalmente das redes de telecomunicação.
 
E como ficam as agências de Propaganda neste cenário? E os publicitários, mais especificamente o profissional de atendimento, onde ele se encaixa? Aliás onde ele estava antes e qual o seu verdadeiro papel no desenvolvimento dos negócios dos clientes e da agência?
 
O Atendimento Publicitário é (ou deveria ser) o líder do relacionamento Agência x Cliente, com uma visão profissional, técnica e estratégica do negócio de ambos, e uma visão holística do mercado como um todo. Quando se pensa em um bom profissional de atendimento, características como bom relacionamento interpessoal, atitude agregadora, capacidade técnica, visão estratégica, controle de prazos, senso de urgência, negociação, fazem parte da extensa lista de desejos.
 
O cliente ainda espera de seu atendimento e de sua agência uma participação efetiva no planejamento estratégico do seu negócio, no acompanhamento do desenvolvimento dos seus produtos/serviços/marcas, e na avaliação e mensuração dos resultados.
Estamos sendo sempre exigidos por mais comprometimento, profissionalismo e conhecimento. Mas precisamos saber tudo de tudo? Dominar todas as ferramentas e plataformas da comunicação, do marketing e do digital?
 
Acho que não, né? Há duas décadas não dominávamos todas as ferramentas e continuaremos sem dominá-las. Acredito que nossa função é entendê-las, saber dialogar com os parceiros e interagir neste meio ambiente, buscando sempre o melhor caminho para nossos clientes. Nada mais que o bom e velho conhecimento multidisciplinar que os professores falavam desde a faculdade, não é mesmo?
 
Devemos estar em constante busca de aprendizado, mas isto não significa que saberemos tudo,e sim que nos manteremos relevantes no negócio que escolhemos estar. Aliás um negócio cada vez mais dinâmico, conectado e interativo onde os limites da vida pessoal e profissional estão cada vez mais tênues. Entendo o profissional de atendimento como um agregador de pessoas e ideias. Agindo com atenção, simpatia e cordialidade,da elaboração de um briefing até a implantação de soluções, construímos dia após dia a confiança e o respeito do mercado.
 
E isso acontecia antes, e continua acontecendo agora, neste mundo digital, simplesmente porque não há outro mundo. Mundo Analógico? Mundo Digital? Mundo é mundo, e é neste mundo que estamos vivendo, trabalhando e amando. E é neste aqui e agora que precisamos ser o melhor de nós mesmos e servir às pessoas com a nossa alma.
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(*) Daniela Meneghelli é especialista em Marketing e aluna da Disciplina de Metodologia de Pesquisa do Mestrado de Comunicação e Territorialidades da Universidade Federal do Espírito Santo. Atualmente trabalha na MP Publicidade, em Vitória- ES, e é gestora da conta da Hortifruti. Além de trabalhar como atendimento em outras agências em Vitória e no Rio de Janeiro, também já esteve do outo lado do balcão na Telefônica Celular e na VIVO. Já morou em Santiago e em Londres, mas afirma sem titubear que sua melhor realização é a doce e encantadora filha Alice.

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2 respostas

  1. Ola. Li os 3 ultimos artigos e gostei muito da comunicação do blog. A forma com que você expões as opiniões..
    Você comenta, e, também sabemos que é preciso se atualizar. Mas hoje em dia sinto falta de uma instituição, ou canal, que forneça dados e informações sem custo. Você é familiarizada com alguma ferramenta?

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