Viver de literatura no Brasil sempre foi osso. Era muito comum (e ainda vemos isso) que os escritores recorressem ao ofício de redator publicitário para ganhar “o pão nosso de cada dia”. Alguns tinham (têm?) até um certo desprezo pela atividade publicitária, pois a exerciam apenas com a finalidade de pagar as contas.
O tempo era diferente, passava mais devagar. Dava até para fazer boa literatura brasileira dentro das agências, quem sabe até em horário de expediente.
Uma vez estive frente a frente com Orígenes Lessa e pedi que autografasse o livro “O Feijão e o Sonho”. O livro é tão famoso que virou até novela na Globo, quem se lembra?
Pois é. Essa dedicatória (foto), que guardo com muito carinho, resume o pensamento de um dos maiores escritores brasileiros sobre o seu ofício em publicidade :