Angústia que ronda a carreira do Gestor de Contas: como ser um consultor confiável para os meus clientes se tudo muda tão rápido? Parece que assim que consigo aprender uma coisa surge(m) outra(s) para eu assimilar e entender. Aquilo que recomendei há um ano (às vezes, em menos tempo até) já não serve mais. Será que não saberei mais desempenhar bem o papel de atender eficazmente meus clientes?
Calma. Primeiro, as primeiras coisas. Vamos inverter as prioridades. A questão não é o que você precisa recomendar, pois o que vem na frente deve ser a identificação do problema de comunicação do cliente. Sem esse entendimento, de que adianta você ter estudado e entendido tudo de tudo?
Ouça seu cliente. De verdade. Com nosso eterno hábito (ou vício?) de querer dar respostas, não ouvimos para realmente entender qual é o problema. Se você não ouve, não será capaz de fazer um bom diagnóstico – que é a premissa de um briefing – e dificilmente contribuirá para oferecer ao seu cliente a recomendação mais adequada. De que adianta ter estudado um montão de coisas? Dito isso, vamos em frente.
Então, buscar conhecimento não é importante?
Claro que é. Mas lá se foi o tempo em que você entrava numa escola, aprendia o seu ofício e estava apto a trabalhar. No caso da gestão de contas, sempre se aprendeu fazendo. Pouco tempo dedicado ao ensino da disciplina nos currículos das escolas de comunicação, parco material na internet, poucos livros sobre o assunto. Aprende-se errando muito, tentando muito. E no caos do dia-a-dia, os aprendizes (estagiários, trainees) precisam passar por um verdadeiro “batismo de sangue”. Mas, calma, muitos sobrevivem, com bastante sucesso, e tornam-se grandes profissionais do mercado.
Voltando ao ponto, claro que quanto mais conhecimento você tiver a respeito das novidades e processos que impactam nossa relação com as pessoas potenciais consumidoras de produtos e serviços, melhor. Mas adquirir conhecimento tem que ser entendido como um aprendizado constante.
A boa notícia é que, em compensação, como todos sentimos na pele essa aceleração nunca se admitiu tanto o “aprender fazendo” como um modo de trabalhar e fazer acontecer. E os clientes mais antenados também devem abraçar o processo de aprendizagem e encararar cada job como um desafio a quatro mãos. Portanto, se você – ainda – não souber o que recomendar, diga simplesmente: não sei, mas vou estudar a melhor solução baseado na sua necessidade.
O que devo estudar?
Definir o que é mais importante no momento é uma decisão muito particular. Por mais que cada “influencer” (e haja influencer, nossa!) diga que você deve estudar isso ou aquilo, não adianta querer abraçar o mundo com as mãos. Eu respondo, simplesmente: estude o que for mais pertinente para seus objetivos naquele momento. Depende de seus interesses pessoais, da agência que você trabalha e do tipo de clientes que você tem. Naquele momento. Depois, tudo vai mudar. E é assim mesmo, acostume-se.
Igualmente importante: não basta estudar. Precisamos aprender a aprender. De nada adianta fazer cursos se você está ali mecanicamente absorvendo aquele conhecimento enquanto está em sala ou estudando online e depois vai se desligar e não pensar mais no assunto. O conhecimento que você está absorvendo deve funcionar como um estímulo na busca de muito mais. O curso, a leitura, são os pontapés iniciais do seu caminho pessoal. Aprendizagem se assemelha a deixar a mente clicar em diversos hiperlinks que vão surgindo pelo caminho. Aquela vontade irresistível de abrir várias janelas, usar todos os navegadores e ampliar o repertório.
Em resumo, aprender é um processo estimulante que não pára nunca.
Sua carreira é uma jornada de aprendizagem.
Boa viagem.
2 respostas
Parabéns pelo texto 🙂
Obrigada, Ayanne!